Manoel Gomes, professor de Sociologia
Alguns
teóricos acreditam no fundamento que a estatística é a ciência base para medir
o comportamento do ser humano, principalmente, quando abordam o objeto,
criminalidade. Apresentam exemplos de crescimento da densidade demográfica para
provar suas teorias. Tomando como base para o estudo de reincidência à
criminalidade, o período de dez anos, como um espaço favorável para se medir
qualquer comportamento, nos campos sociais, criminais e de reincidências, por
parte de egressos do Sistema Penitenciário, vamos comprovar que a
estatística é uma ciência de dados ponderados. Segundo dados estatísticos
atualizados sobre a violência no Distrito Federal, a criminalidade cresceu
proporcionalmente ao crescimento da população. Em 1994 a população do Distrito
Federal era constituída de aproximadamente, (um milhão e quinhentos mil
habitantes); a população carcerária era de, aproximadamente, (dois mil e
quatrocentos) presos. Na atual administração a população brasiliense é de
aproximadamente (dois milhões e duzentos mil habitantes) e a população
carcerária de aproximadamente (sete mil) presos.
Se
analisarmos estatisticamente é verdadeiro o crescimento proporcional da
criminalidade com o da população. O crescimento da violência acompanhou o crescimento
da população em geral. Usando a média ponderada em 1994, era 0,16% de presos no
Distrito Federal. Nos dias atuais é de 0,36%. Portanto, o crescimento da
violência foi maior, mesmo que o aumento da população tenha sido assustadora, e
ajustada a desorganização da administração pública. Mas quem disse que se mede
criminalidade por dados estatísticos? É verdade que o crescimento do número de
crimes, proporcionalmente, foi igual, em termos populacionais ao do ano de
1994. A criminalidade se mede pelo comportamento dos indivíduos envolvidos na
rede do crime. Não podemos acreditar na teoria de que para cada 1000
indivíduos, quatro tenham que ser criminosos. Não é possível medir o
comportamento individual pela estatística, por essa média, fica instituído que
o homem tem que cometer crimes mesmo que não queira. Essa medida só é possível
através das ciências sociais e do comportamento.
A criminalidade no Distrito Federal aumentou e vem
aumentando virtiginosamente. De 1994 para 2004 teve um aumento no número de
indivíduos presos de aproximadamente, 300%. Esse número é constituído de uma
reincidência de 85% dos egressos do Sistema Carcerário. Esse aumento não é
hodierno pelo aumento da população brasiliense, é por falta de políticas
educacionais e de promoção de emprego e renda que não existem por parte do
governo do Distrito Federal. Independentemente, da população pequena, ou
grande, quando os componentes dela, não têm o que fazer. Fazem o que encontram
com facilidade, a ilicitude. O discurso de que os presos vivem da criminalidade
é do opressor. O preso vive do crime porque a reincidência é latente no
egresso. Ele está às vistas do preconceito, em primeiro lugar, depois as
oportunidades a ele são exíguas.
Mais
de 85% dos egressos do sistema penitenciário do Distrito Federal reincidem,
para um leigo, essa proporcionalidade é cabal; os presos vivem mesmo da
criminalidade. Mas vamos conceituar como comportamento, ou como um objeto
delimitado pela criminologia. Esta ciência é um ramo dissidente da
ciência do Direito, partindo desse estudo, iremos perceber que o criminoso não
estuda os seus atos.
Mesmo
que os grupos de criminosos ou àqueles que agem separadamente, organizassem
suas ações estrategicamente, este estudo é de estratégia e de campo, e, não um
estudo do resultado de suas ações. Os resultados que interessam aos criminosos
não são interessantes para o estudo aqui focado, mas o que ele leva de montante
em dinheiro ou objetos. Podemos encontrar, sim, aqueles que vivem da
criminalidade, e para isso temos que procurar nos gabinetes dos juízes,
dos promotores, dos delegados de polícia e agente, este
último divide-se em agentes investigadores e agentes penitenciários.
Estes são organizações instituídas pelo Estado para viverem da criminalidade,
alguns estudando, outros usam do cargo a seu bel prazer, sem deixar resultado,
nem mudança, além desses têm: os antropólogos, os sociólogos e os
psico-pedagogos que entram nesse mundo da criminologia para fazer
estudos de comportamento, vivência e comunicação.
Esses
são os homens de bem que vivem da criminalidade. São pessoas que vivem
distribuindo seus conceitos sobre quais crimes são justos ou injustos, quais
criminosos são recuperáveis ou não, provocando conflitos entre a sociedade e os
indivíduos procedentes dela e que ferem as normas por ela imposta. O Ministério
Público, segundo seu estatuto é o órgão responsável pela fiscalização da
lei, tanto na sua aplicação, quanto na sua execução, mas seus componentes, que
são promotores e procuradores estão na onda contrária. O órgão não fiscaliza
mais, além disso, tomou posse das investigações, das condenações e estar
atrapalhando a execução das penas.
Com
tal atitude os promotores constrangem juízes, conselheiros e quaisquer outros
que estejam envolvidos na inconveniência da ilicitude das normas jurídicas. Na
atual conjuntura os juízes estão sendo manipuladas pelos promotores, suas
decisões estão atreladas às vontades dos fiscais da lei, que se organizam para
deixar todas as pessoas ás suas convicções. Os juízes não podem se mexer, os donos
do poder judiciário são promotores quem detêm o poder, ou seja, o status de
quarto poder, o que os deixam livres para ações ou omissões.
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